agosto 02, 2009

O Poder da Colaboração

Ótimo texto da Fundação Dom Cabral (fonte:http://www.fdc.org.br/pt/blog_estrategia/Lists/Postagens/Post.aspx?...), mostrando a quebra de paradigma sobre a divulgação da informação nas empresas. O que antes se escondia agora publica-se livre e gratuitamente, haja vista o crescimento dos blogs, twitter, redes sociais. Também destaco o exemplo de inovação da Protector & Gramble
Texto também presente no NING: http://embrioesdeinovacao.ning.com/group/inovarconceituarviajarrefletir/forum/topics/o-poder-da-colaboracao

Por Luis Augusto Lobão Mendes, Professor da FDC

Que o futuro será (é) livre e colaborativo não tenho dúvidas. A questão agora é quão rápido essas tecnologias de compartilhamento e administração da inteligência coletiva se incorporarão ao cotidiano das organizações. As tecnologias open source e colaborativas chegam ao mercado e as organizações de vários modos. Quer sejam CMS - sistemas de gerenciamento de conteúdo (Zope, Drupal, B2evolution, Wordpress, etc..), quer sejam LMS - sistemas de gerenciamento de aprendizagens (Moodle, Dokeos, etc…) ou mesmo ferramentas focadas no gerenciamento da inteligência coletiva como o ICOX, ou ainda plataformas abertas de invação e negócios (Peabirus, NewIdeaTrade.com, Yet2.com, InnoCentive, YourEncore, etc...) . O fato é que cada vez mais, o modelo de criação de valor é chamado de peer production, ou peering – uma descrição do que acontece quando grupos de pessoas e empresas colaboram de forma aberta para impulsionar a inovação e o crescimento.

Hoje , as coisas estão mudando. O acesso crescente à tecnologia da informação coloca nas pontas dos dedos de todos as ferramentas necessárias para colaborar, criar valor e competir. Isso libera pessoas para participarem da inovação e da criação de riqueza em cada setor da economia. MySpace, YouTube, Linux e Wilipédia, os exemplos atuais da colaboração em massa, são apenas o começo. Novas infra-estruturas colaborativas de baixo custo permitem que milhares de indivíduos e pequenos produtores criem conjuntamente produtos e acessem mercados e encantem os clientes.

Essas mudanças, entre outras, estão abrindo caminho em direção a um mundo no qual o conhecimento, poder e capacidade produtiva estarão mais dispersos do que em qualquer outro período da história – um mundo no qual a criação de valor será rápida, fluida e perturbadora. Num passado ainda muito próximo a maioria das grandes corporações costumavam guardar suas patentes, arcas registradas e outras propriedades intelectuais tão bem quanto as jóias da coroa. Mas agora, sob a pressão de engordar suas receitas, as companhias estão oferecendo, para a venda em portais de negócios online de propriedade intelectual, desde que, obviamente premiados, os segredos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e dos sistemas de TI desenvolvidos internamente. Os compradores são compostos por outras grandes corporações que buscam reduzir os custos em P&D comprando pesquisas já em desenvolvimento. Atualmente, existem cerca de 20 portais de negócios com esta fórmula, como por exemplo o NineSigma.

A Procter & Gamble ajudou a criar a NineSigma, uma das várias firmas que conectam companhias com problemas de ciência e tecnologia a outras companhias, universidades, laboratórios de governos e privados e consultores que podem desenvolver soluções. Digamos que haja um problema que você queira resolver para a P&G, por exemplo as lavagens a baixas temperatura. A NineSigma cria um resumo tecnológico que descreve o problema e o envia para a sua rede de milhares de provedores de possíveis soluções no mundo inteiro.

Qualquer um pode submeter uma proposta não-confidencial para a NineSigma, que a transmite para a empresa contratante. Se a companhia gostar da proposta, a NineSigma conecta a companhia a quem ofereceu a solução e o projeto continua daí. E quais os resultados para a P&G? Desde do início do programa em 2000, o número de produtos originado externamente subiu de 20% para 35% em 2006, Em 2006, cerca de 45% dos produtos lançados incorporam algum tipo de tecnologia descoberto fora da P&G, Diminuição dos gastos de P&D de 4,8% das receitas (2000) para 3,4% (2006) com aumento de 60% da produtividade do P&D no mesmo período e duplicação do valor das ações no período de 2000 ~ 2006.

A capacidade de uma empresa de competir é uma combinação do potencial das suas pessoas, a qualidade da informação que essas pessoas possuem, e a vontade de partilhar conhecimento com outros na organização. O desafio para os líderes é unir estes componentes ao máximo. Posso assegurar-lhe que existe imenso potencial desaproveitado na sua organização que espera ser libertado, e conhecimento que espera ser partilhado some-se a isto a possibilidade de contribuição que pode ir além dos próprios muros da organização, ou seja, uma oportunidade ilimitada de criação de valor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Internet blogarama - the blog directory TopOfBlogs